terça-feira, 18 de abril de 2017

Os gargalos da infra-estrutura

Dentre vários fatores a obstaculizar um maior ritmo de crescimento da economia brasileira está a precariedade da infra-estrutura, em razão da qual o setor privado vê-se obrigado a despender recursos adicionais consideráveis na produção e no transporte e a repactuar contratos em função da incapacidade de honrar prazos.
Os gargalos da infra-estrutura
No âmbito do comércio internacional esses problemas são potencializados, eis que as congêneres de países dirigidos por governos mais eficientes nesta rubrica simplesmente avançam céleres no que tange à competitividade, ainda mais que na maioria dos casos, no exterior, aos custos de produção não são agregadas algumas dezenas de impostos, como sói ocorrer em solo brasileiro.

Ou seja, o empreendedorismo brasileiro paga pela má conservação das estradas, pela tributação excessiva da energia, pela inoperância dos portos, pela burocracia que se insere entre as mais devastadoras do globo, pela apetência dos poderes públicos em criar impostos e taxas para os mais diversos e prosaicos procedimentos.

Apregoa o atual governo federal que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é a panacéia para tais males e que o Brasil, no jargão oficial, está transformado em um imenso canteiro de obras. Seria, realmente, muito bom, se a retórica correspondesse aos fatos.

O governo federal não perde oportunidade para, representado por suas mais importantes autoridades, lançar a pedra fundamental de algum empreendimento inserido no programa.

Entretanto, entre a solenidade e o mãos-à-obra existe grande distância. Que se tome como exemplo o Estado do Rio de Janeiro. De acordo com recente reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o governo federal empenhou para este ano, isto é, reservou para pagamento às empreiteiras, R$ 266,3 milhões, mas apenas R$ 9,37 milhões foram efetivamente pagos, ou seja, 3,5% do total.

A situação é ainda pior se levarmos em conta as obras do PAC no país inteiro - de R$ 15,77 bilhões a serem investidos este ano, apenas R$ 160 milhões foram realmente aplicados. Bem verdade que o governo federal aplicou, até maio, R$ 3,14 bilhões, mas esses recursos referem-se ao exercício de 2007 que não haviam sido liberados no devido tempo em razão da própria morosidade do governo.

Em suma, os brasileiros ansiosos por verem pronta alguma grande obra vital à melhoria de sua qualidade de vida - como, para os catarinenses, a duplicação do trecho Sul da BR-101 - devem manter-se munidos de paciência beneditina, pois são grandes as chances de adiamentos repetidos e prolongados nos prazos alardeados para a conclusão dos empreendimentos tocados pela União.

Fonte: INTELOG

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